28.10.11

O novo Siegfried do Met

Estreou ontem, com Fabio Luisi no lugar de James Levine e Jay Hunter Morris em vez de Gary Lake em vez de Ben Heppner. No dia 5 de Novembro estará no ecrã da Gulbenkian.
(Anthony Tommasini - The New York Times)
(James Jorden - New York Post)



O Grande




O Bolshoi reabre hoje com grande pompa após seis anos de obras de restauro que lhe devolveram o aspecto que tinha aquando da reconstrução em 1856, segundo El País. A gala será transmitida pelo ARTE e pelo ARTE Live Web a partir das 19h40. Lá estarão Angela Gheorghiu, Plácido Domingo, Dmitri Hvorostovsky, Natalie Dessay, Violeta Urmana e as estrelas e o corpo de baile do Teatro Bolshoi.



El País)

O Anel em ponto pequeno

Das Rheingold (Ring Saga)

O ARTE Live Web dá-lhe 154 dias para ver O Anel do Nibelungo em versão abreviada para dezoito músicos e nove horas (Ring Saga), segundo a concepção de Graham Vick e Jonathan Dove. Essa versão foi apresentada pelo Remix Ensemble Casa da Música no Porto e em Estrasburgo, onde foi filmada, com a direcção musical de Peter Rundel.
Quem achar que O Anel é longo tem aqui a oportunidade de o ouver em pouco mais de metade da sua duração. Um Anelzinho, vá.

Cortes #3

Comunicado do OPART aos órgãos de Comunicação Social:


















































(via)

26.10.11

La Nave Va na Igreja do Menino Deus


A Igreja do Menino Deus comemora os 300 anos do lançamento da primeira pedra e no próximo dia 4 de Novembro oferece-nos um concerto pelo ensemble barroco La Nave Va, às 9 da noite, com o seguinte programa:

A Música Sacra no tempo de D. João V (Compositores de 1711 a 1750)

João Rodrigues Esteves: “Pinguis est Panis”
J. S. Bach: Ária “Schlummert ein, ihr matten Augen”
G. Ph. Telemann: Cantata “Ihr Völker hört” (Am Feste der heiligen drei Könige)
J. S. Bach: Sonata em Si bemol Maior, BWV 1021,
 Adagio-Vivace-Largo-Presto
João Rodrigues Esteves: “Regina Caeli Laetare”

La Nave Va 
Ensemble Barroco
Maria Luísa Tavares, Mezzo-Soprano
Armando Possante, Barítono
António Carrilho, Flauta de Bisel
Edoardo Sbaffi, Violoncelo
Jenny Silvestre, Cravo

ENTRADA LIVRE
IGREJA DO MENINO DEUS - LARGO DO MENINO DEUS - LISBOA


25.10.11

Cortes #2

Na última récita de "Don Carlo", à porta do Teatro, foram distribuídas ao público cópias do seguinte comunicado:





























E hoje lemos no Público que cortes orçamentais no Organismo de Produção Artística (Opart), empresa que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), levam hoje representantes do Sindicato dos Músicos à comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Aguardamos o desenvolvimento da situação.

16.10.11

Don Carlo - São Carlos

Para quem ainda não viu, já só sobram três récitas (18, 20 e 23 de Outubro). E se não puder mesmo deslocar-se ao Teatro de São Carlos, terá a possibilidade de ouvir a de dia 18 em directo na Antena 2.

Algumas imagens retiradas do álbum "Don Carlo" (© Alfredo Rocha/TNSC):

Giancarlo Monsalve e a mão de Dimitri Platanias
Dio, che nell'alma infondere

Elisabete Matos (I acto)
Enrico Iori
Il ritratto di Carlo

Elisabete Matos e Enkelejda Shkosa
Rendetemi la croce
Giancarlo Monsalve e Dimitri Platanias
Regnare tu dovevi ed io morir per te


Elisabete Matos e Giancarlo Monsalve (dueto do IV acto)

12.10.11

Cortes #1

Cortes orçamentais de 20% no São Carlos e na CNB (Público)

Opart espera que os cortes afectem apenas a programação e não os salários dos trabalhadores. Depois dos cortes, o orçamento para 2012 deverá ficar nos 14,3 milhões de euros, tendo o anterior atingido os 18 milhões.

Teatro de São Carlos (© Bosc d'Anjou)


Notícias

Alfred Kim
Ontem à noite, no Teatro de São Carlos, o tenor Alfred Kim substituiu Giancarlo Monsalve por motivos de doença. Kim já antes interpretara o papel de Don Carlo em Londres, Oslo e Viena e cantara com Elisabete Matos no Chile ("Tosca").

O Teatro de São Carlos partilhou o álbum de fotografias "Don Carlo" no Facebook.

10.10.11

Viva Verdi

Verdi nasceu há 198 anos. Parabéns.

Non pianger, mia compagna


Tu che le vanità


Final

(Excertos de "Don Carlo" no Teatro Real de Madrid, onde Elisabete Matos se estreou no papel de Elisabetta di Valois)

9.10.11

Finalmente a Estreia


É difícil escrever sobre o que se passou ontem à noite no Teatro de São Carlos, tal é o tamanho da emoção. A emoção de ver e ouvir Elisabete Matos deslumbrante desde a sua entrada em cena, no primeiro dueto com Don Carlos, na romanza em que se despede da Condessa de Aremberg (Non pianger, mia compagna), na cena do III acto com Filipe II, Rodrigo e Eboli, abrindo o IV acto com um Tu che le vanità memorável e terminando-o com um (diz quem sabe) Si natural que parece vir de um outro mundo e que fica a pairar na sala e dentro das nossas cabeças. Ainda aqui está. Tanto a nível vocal como interpretativo, Elisabete foi a Rainha Isabel de Valois.


Felizmente os restantes cantores conferem um bom equilíbrio ao elenco.
Enrico Iori é um grande Filipe II, seguro em todas as cenas, e deu-nos um tocante Ella giammai m'amò, em que Irene Lima brilhou no solo de violoncelo.
O barítono Dimitri Platanias também impressionou como Rodrigo. A voz é muito bonita e ele fraseia muito bem.
Enkelejda Shkosa foi igualmente uma boa escolha para o papel de Princesa Eboli.
A Ayk Martirossian não faltou a autoridade do Grande Inquisidor. Esteve bem no duelo com o rei.
Porém, quem dá o nome à ópera é Carlos de Áustria e Portugal. Giancarlo Monsalve entrou bem mas no II acto começou a ter graves problemas nos agudos. Antes do início do III acto o público foi informado da indisposição do tenor, que ainda assim continuaria em cena até ao final da récita. Foi penoso. O público sofreu com ele cada nota. E foi-o também, certamente, para os restantes cantores, o que nos traz de volta Elisabete Matos. O IV e último acto é deles. É o sublime dueto de despedida, que estava agora naturalmente comprometido. Salvou-o a arte e a classe de Elisabete. Como terá ela conseguido cantar um Tu che le vanità de antologia quando, sabemo-lo, estava em pânico (ela e nós), temendo pelo que viria a seguir?

Dito isto, podemos acrescentar que ontem se assistiu no Teatro de São Carlos a uma récita à antiga, inesquecível, com direito a pateada e tudo. Depois dos muitos aplausos ao coro, aos solistas (também a Giancarlo Monsalve, que pediu desculpas ao público - votos de uma rápida recuperação), à orquestra, ao maestro Martin André, eis que sobe ao palco a equipa do encenador Stephen Langridge, logo brindada com um expectável coro de buuus. Não percebi se ele próprio sabe por que razão actualizou a acção para a década de 1950. Se calhar foi apenas porque sim. Diz Langridge, em entrevista a Jorge Rodrigues publicada no programa de sala: "A história não é irrelevante, mas esta ópera não é sobre história [...] A sua conexão com a realidade é ténue. Consiste apenas nos nomes e numa mescla de mitos que sobre esses nomes se construíram e de que Verdi se serviu para estudar a Humanidade. É por isso que a acção não foi situada no século XVI, pois não é realmente importante." E mais à frente: "Eu quis actualizar. Não quis, porém, fazer com isto uma sátira a um tempo específico. De outro modo, não conservaria o auto-da-fé." E ainda, à pergunta Acha que esta ópera não pode ser compreendida se a acção for passada no século XVI?: "Não, não há problema algum com isso. [...] usámos um método analítico e lógico trabalhando neste Don Carlo. Mas também trabalhamos com o instinto, e avançamos na direcção indicada e desejada pelos sentimentos. Por muito tempo, enquanto trabalhávamos, pensámos que iríamos colocar a acção em 1568. Relativamente tarde, quisemos alterar; foi uma questão de instinto, que agarrámos." Ficámos esclarecidos.

Os restantes papéis estiveram a cargo de Mário Redondo (Monge), Joana Seara (Tebaldo e Uma Voz), Marco Alves dos Santos (Arauto Real) e Bruno Almeida (Conde de Lerma).

(Nota: As fotos foram tiradas durante a fase de ensaios.)

7.10.11

Elisabete de Valois

Elisabete Matos como Élisabeth de Valois
(Nova produção de "Don Carlo" do Teatro de São Carlos)

A não perder: dias 8, 11, 13, 15, 18, 20 (sempre às 20h) e 23 (às 16h) de Outubro.

6.10.11

O Outono Quente de 2011

Ontem as chamas chegaram ao Jardim Botânico de Lisboa. O Amigos do Botânico dá-nos conta do que se passou. Leia também, mais abaixo, o comunicado de imprensa da Liga dos Amigos do Jardim Botânico.
(© Amigos do Botânico)




COMUNICADO DE IMPRENSA

Lisboa, 6 de Outubro de 2011


WORLD MONUMENTS FUND COLOCA JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA NO OBSERVATÓRIO MUNDIAL DOS MONUMENTOS

Jardim Botânico de Lisboa seleccionado para a WORLD MONUMENTS WATCH de 2012. Lista anunciada publicamente em Nova Iorque.


A WORLD MONUMENTS FUND (WMF) é a mais importante organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à preservação de lugares da herança cultural de todo o mundo. Através da sua lista bienal World Monuments Watch, a WMF (www.wmf.org) chama atenção internacional para os perigos que ameaçam os lugares com grande significado histórico, artístico e arquitectónico. A presença na lista World Monuments Watch estimula autoridades locais e comunidades a tomarem um papel activo na protecção do seu património cultural e, quando necessário, ajuda também a angariar fundos para a sua salvaguarda. Os monumentos são seleccionados, de entre as várias candidaturas apresentadas, por um painel de peritos mundiais, incluindo representantes da UNESCO e do ICOMOS.
O JARDIM BOTÂNICO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA foi fundado em 1873 e inaugurado em 1878. O jardim, situado em pleno centro da cidade, foi criado para servir o ensino da Botânica da Faculdade de Ciências. Dentro dos 4.2 hectares do jardim existem importantes colecções, principalmente palmeiras, figueiras e cycas, assim como muitas plantas em perigo. A vegetação luxuriante sub-tropical do jardim desempenha ainda um importantíssimo papel na amenização do clima da cidade, no sequestro de CO2, para além de ser um refúgio para fauna.
O JARDIM BOTÂNICO, o maior jardim do séc. XIX em Lisboa, exibe uma grande diversidade de plantas recolhidas em várias partes do mundo. É um notável banco vivo de biodiversidade. O Jardim Botânico está classificado como Monumento Nacional.
O FUTURO DO JARDIM ESTÁ AGORA AMEAÇADO com o Plano de Pormenor do Parque Mayer que propõe mais de 25 mil m2 de nova construção nos logradouros e outras parcelas de terreno em plena zona de protecção do monumento. Este projecto municipal, embora iniciado com o objectivo de reabilitar o jardim e o seu bairro, terá impactos negativos que ultrapassam em muito as imaginadas vantagens a curto prazo: alteração radical da envolvente urbana histórica do jardim, parcelas de terreno ilegalmente impermeabilizadas no passado serão premiadas com a sua legalização, a cerca pombalina do jardim ficará obstruída com duas novas frentes urbanas de 1 a 3 pisos.
Também um insuficiente financiamento, uma crónica falta de funcionários, e uma grave falta manutenção ameaçam há muitas décadas a sobrevivência e integridade do Jardim Botânico de Lisboa – como demonstrado recentemente pelo incêndio de ontem, dia 5 de Outubro.
A LIGA DOS AMIGOS DO BOTÂNICO (LAJB) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, fundada em 1986 com a objectivo de defender, apoiar e promover o Jardim Botânico de Lisboa e a sua missão. A candidatura do Jardim Botânico para a WMF foi submetida pela LAJB.
Com a ajuda da WMF e a PLATAFORMA EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO* (formada por 13 ONG) a LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO continuará a trabalhar na protecção do Jardim. A Plataforma exige a suspensão da actual versão do Plano de Pormenor e a sua substituição por uma solução mais consensual, menos intrusiva para o Jardim e a cidade.
As pontuais alterações realizadas após consulta pública são mínimas e inócuas, não reflectindo a ampla e qualificada participação da sociedade civil. A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA optou por retirar questões pontuais demitindo-se de fazer uma reflexão mais conceptual e de fundo como era pedido pelas 13 (treze) organizações não governamentais da PLATAFORMA EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO.
Fazemos votos para que a ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA se junte à chamada de atenção da WMF e promova uma genuína revisão do Plano de Pormenor. A versão do Plano aprovado não reflecte as visões e aspirações dos cidadãos. O JARDIM BOTÂNICO e a sua envolvente merecem mais e melhor. Precisamos de um Plano de Pormenor mas não deste.
É uma responsabilidade de todos garantir que o JARDIM BOTÂNICO continue a ser um lugar do saber, da investigação e de recreio para as gerações futuras. A cidade não pode ser feita contra os cidadãos mas COM os cidadãos.

Para mais informações, por favor contactar:
LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO
TM: 919256973 ou TM. 935587982

*PLATAFORMA EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA:
Associação Árvores de Portugal
APAP - Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas
AAP - Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Associação Portuguesa de Jardins e Sítios Históricos
Associação Lisboa Verde
Cidadãos pelo Capitólio
Fórum Cidadania Lx
GECoRPA - Grémio do Património
Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades
LAJB - Liga dos Amigos do Jardim Botânico
OPRURB - Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana
Quercus - Núcleo de Lisboa
LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Sociedade Central de Cervejas

(©)

No dia 6 de Outubro de 1974 todo o país se prontificou a oferecer um dia de trabalho voluntário para a Revolução. Toda a gente aderiu e os artistas, necessariamente, também. Amália Rodrigues foi cantar à Central de Cervejas de Lisboa. Depois de interpretar, entre outras coisas, uma versão do "Grândola, Vila Morena" absolutamente estonteante (aquilo parecia quase a "Casta Diva" da Norma, tal as grandes linhas em legato, o clima sonhador, o carácter lírico) recebeu - obviamente - uma tremenda ovação. Há então uma vozinha que se eleva no meio da multidão... a achar mal a ovação. Era a vozinha de um tal Pedro Jordão, ilustre desconhecido. Mas a Amália quis saber por que é que ele discordava do aplauso e foi falar com ele. Bem, embrenharam-se os dois numa discussão monumental. É material verdadeiramente histórico, que ilustra uma fase política do país, uma fase na vida da Amália, e, infelizmente, tira do pó total do esquecimento um zé-ninguém da música portuguesa.
Eis a discussão:

                       
   
Jorge Rodrigues

3.10.11

Em estágio

Filipe II e Isabel de Valois
(Do Livro de Orações de Catarina de Medici) (©)