30.7.09

Suggia toca Haydn

Guilhermina Suggia morreu há 59 anos


Madame Suggia, por Augustus John (Tate Collection)

(...) Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da orquestra Gewandhaus em 26 de Fevereiro de 1903. Tinha apenas 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem havia actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O êxito foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava aqui o seu sucesso internacional.
(...)
(in Wikipedia)

Guilhermina Suggia interpreta o adagio do concerto para violoncelo em ré maior de Haydn, que gravou em 1928. O maestro é John Barbirolli e o disco é este.

Sem título - I

Campanula medium (Canterbury Bells)

23.7.09

Maria de Nisa

A Maria é uma jovem cegonha que perdeu os seus pais devido à secura alentejana. Consta que partiram para longe, talvez em busca de outras águas. A população de Nisa adoptou-a e alimenta-a e ela passeia bem disposta pelas ruas e praças da vila.

E a propósito de águas, no dia 1 de Agosto inaugura o novo complexo termal da Fadagosa de Nisa, onde Joana Vasconcelos exporá mais uma das suas Valquírias. Esta é inspirada no artesanato de Nisa e nos enxovais que tradicionalmente integravam os dotes das noivas nisenses.





15.7.09

Magdalena Kozená au Festival d'Aix-en-Provence

Entretanto, para quem não pôde dar um saltinho no dia 6 de Julho ao Théâtre du Jeu de Paume, em Aix-en-Provence, aqui fica o registo do concerto.

Magdalena Kozená e o agrupamento Private Musicke interpretam música italiana do séc. XVII, de Giulio Caccini, Sigismondo D'India, Giovanni Paolo Foscarini, Biaggio Marini, Michelangelo Rossi, Francesco Corbetta, Luis de Briceno, Corbetta, Gaspar Sanz, Giovanni Maria Trabacci, Claudio Monteverdi, Barbara Strozzi, Tarquinio Merula e Girolamo Kapsberger.

Lettere amorose



Mezzo soprano Magdalena Kozená
Private Musicke (direction et guitare baroque)
Pierre Pitzl
Private Musicke (guitare baroque)
Hugh Sandilands
Private Musicke (colacione)
Daniel Pilz
Private Musicke (harpe)
Reinhild Waldeck
Private Musicke (violone)
Richard Myron
Private Musicke (orgue)
Norbert Zeilberger
(Fonte)

A Nova Temporada

(Foto de Alfredo Rocha, no site do TNSC)

Parece que foi finalmente apresentada a programação para a temporada de 2009/2010. Contudo, o site do Teatro Nacional de São Carlos ainda espera actualização, razão pela qual se desconhecem os detalhes da dita. Sabe-se que o desfecho d'O Anel de Graham Vick chega em Outubro, com "O Crepúsculo dos Deuses" a inaugurar a estação que inclui nove óperas (repartidas por 65 récitas), 12 concertos sinfónicos, 12 espectáculos de bailado (cujos títulos serão apenas divulgados amanhã na conferência de imprensa da Companhia Nacional de Bailado) e 50 programas adicionais.

Então teremos também "Trouble in Tahiti", "L'Ocasione Fa il Ladro", "O Morcego" (com a participação de Maria Rueff [*]), "As Bodas de Figaro", "Eugene Onegin" e, do lado das óperas a bem dizer desconhecidas, uma barroca - "Niobe, Regina di Tebe", de Agostino Steffani - e uma portuguesa - "Dona Branca", de Alfredo Keil, baseada no poema de Almeida Garrett -. O artigo do Público dá mais algumas informações sobre a programação, mas muito poucas sobre os elencos. Adianta, sim, que eles estão muito satisfeitos com a "abertura do teatro à comunidade" e com a "democratização do acesso à cultura".

* Várias notícias mencionam a participação de Maria Rueff na opereta "O Morcego", mas não li nenhuma menção aos intérpretes dos principais papéis. Talvez isso seja um assunto de pouca importância. De igual modo, anuncia-se que Stefan Vinke será novamente Siegfried e Michael Sheler desempenhará o papel de Gunther, em "Götterdämmerung", mas continuamos a não saber se Susan Bullock volta como Brünnhilde.

ADENDA: O site do TNSC apareceu renovado e já disponibiliza a informação sobre os elencos. Susan Bullock deverá regressar como Brünnhilde.

9.7.09

D'amor sull'ali rosee



Vorrei donarti una rossa gerbera coi colori della passione
ed una rosa gialla densa di gelosia
ed una margherita pura come il tuo sorriso
ed un giacinto col profumo del sole
e avvolgerli tutti col colore del cielo.

Mara Zampieri, 1982


D'amor sull'ali rosee, de "Il Trovatore"
Mara Zampieri, Teatro Nacional de São Carlos, Abril de 1978

(Wolfcrag85)
D'amor sull'ali rosee
Vanne, sospir dolente:
Del prigioniero misero
Conforta l'egra mente...
Com'aura di speranza
Aleggia in quella stanza:
Lo desta alle memorie,
Ai sogni dell'amor!
Ma deh! non dirgli, improvvido,
Le pene del mio cor!

Quem esteve no Coliseu dos Recreios de Lisboa, terça-feira dia 11 de Abril de 1978, nunca esquecerá o que lá se passou. A seguir à ária do 4° Acto ("D'amor sull'ali rosee") explodiu uma ovação tal que a récita, pura e simplesmente, parou. Os gritos, as palmas - e que gritos, que palmas! Os minutos sucediam-se uns aos outros e a ovação não parava nem esmorecia de intensidade. De vez em quando, a Zampieri inclinava ligeiramente a cabeça, em gesto de agradecimento: era evidente que ela não queria sair da personagem. As palmas e os gritos redobravam. (*)

Frederico Lourenço, Amar Não Acaba

3.7.09

Maria João Pires recusa ser portuguesa

Leio no Público que Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa e espanto-me com os comentários dos leitores. Ou talvez não. Afinal deve ser essa a razão que a leva a tomar esta atitude. Se nos lembrarmos dos escritores, pintores e outros músicos que optaram por deixar este país, talvez percebamos que ele é demasiado pequeno para os maiores. Os sucessivos governos espelham a mesquinhez do povo que os elege.

(deutschegrammophon1)

1.7.09

Pina Bausch - III

Algumas passagens de Pina Bausch por Lisboa, numa fotogaleria do Público:

"Água", CCB, Janeiro de 2003 (Daniel Rocha)

"Nelken", Teatro São Luiz, Setembro de 2005 (Gonçalo Santos)

"Cafe Müller", Teatro São Luiz, Maio de 2008 (Paulo Pimenta)

Pina Bausch - II - As Cores dos Sons

Há quem atribua cores às pessoas, aos seus nomes, às vozes, aos sons. Há quem seja de tonalidade amarela e quem a tenha castanha, verde ou cinzenta.
Eu gosto de sons azzurro-chiarro.

(ESTETTE)