18.5.07

Fischer-Dieskau - Schubert - Der Lindenbaum

A Tília

Hans Baluschek pintou (1870-1935)


















Dedico este "post" ao Jorge Rodrigues e ao Ritornello, que a Antena 2 resolveu retirar da programação.
Dietrich Fischer-Dieskau canta Der Lindenbaum, do ciclo de canções "Winterreise" (Viagem de Inverno), composto por Schubert a partir de poemas de Wilhelm Müller.
Como diz o Jorge Rodrigues, "apertem os cintos". O Ritornello era um dos melhores programas de divulgação de músicos e de músicas, ouvido todos os dias por muita gente durante o regresso a casa, entre as 6 e as 8 da tarde.



Der Lindenbaum

Am Brunnen vor dem Tore
Da steht ein Lindenbaum
Ich träumt in seinem Schatten
So manchen süßen Traum
Ich schnitt in seine Rinde
So manches liebe Wort
Es zog in Freud und Leide
Zu ihm mich immer fort

Ich musst auch heute wandern
Vorbei in tiefer Nacht
Da hab ich noch im Dunkeln
Die Augen zugemacht
Und seine Zweige rauschten
Als riefen sie mir zu
Komm her zu mir Geselle
Hier find'st du deine Ruh

Die kalten Winde bliesen
Mir grad ins Angesicht
Der Hut flog mir vom Kopfe
Ich wendete mich nicht
Nun bin ich manche Stunde
Entfernt von jenem Ort
Und immer hör ich's rauschen
Du fändest Ruhe dort


A Tília

Junto à fonte, perto do arco,
Encontra-se uma tília.
Sonhei, na sua sombra,
Um sonho doce.
No seu tronco,
Escrevi palavras de amor.
Alegre ou triste,
Sempre fui arrastado até ela.

Também hoje lá passei,
Durante a noite,
E mesmo na escuridão
Cerraram-se-me os olhos.
Os seus ramos sussurravam,
Como se me chamassem:
Vem até mim, companheiro.
Aqui, encontras o teu sossego.

Os ventos sopravam,
Gelavam-me o rosto.
O meu chapéu voou
Mas eu não me voltei.
Já estou há algum tempo
Longe daquele lugar.
E ainda ouço um sussurro:
Lá encontrarias o teu sossego.

4 comentários:

  1. "Ritornello" é mais um sintoma...

    Na política de terra queimada em que se transformou a Rádio Pública, não admira a ninguém o que aconteceu a Jorge Rodrigues e ao seu Ritornello.

    Gente que nem suspeitava o que era o Serviço Público é colocada à frente da RDP e em nome de números de audiência (sem qualquer validade científica, estatística ou, sequer, instrumental) vai imitar (mal) os modelos das privadas - as tais que têm de sobreviver com os dinheiros da publicidade e hoje (em muitos casos) asseguram tanto de Serviço Público como as da RDP. Só que não recebem nada por isso, nem têm direito a qualquer parcela do Imposto para o Audiovisual!

    A Antena 2 está quase reduzida a este triste espectáculo. A Antena 1 nem sabe onde é que fica o país que a sustenta. Silenciados uns, intimidados outros, pressionados a sair mais alguns... Profissionais como Graça Vasconcelos ou Cardoso Pinto (quem não lembra aquela forma de dizer poesia) são empurrados para a antecipação da reforma. Rui Dias José, após dois anos sem trabalho, foi despedido por não cumprir horário de trabalho(!!!) e aguarda agora que o tribunal reconheça a sua razão.

    Por isso é que eu digo que os protestos em situações destas não se podem ficar apenas pelas tais peticões electrónicas que embora subscritas por milhares são olímpicamente ignoradas (ver Petição 1 e Petição 2 - estão lá nomes que agora são do Governo e nada fizeram para evitar fosse o que fosse!).

    É urgente lançar um debate sério acerca da utilidade, da necessidade e das funções da Rádio Pública e do destino a dar aos montantes que resultam do Imposto para o Audiovisual, cobrado no recibo da electricidade.

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  2. MUITO OBRIGADO PELA SUA VISITA E COMENTÁRIO.

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  3. Realmente é um disparate! Não tenho ouvido rádio nenhuma, não me tinha apercebido. Jorge Rodrigues era uma das presenças mais simpáticas da antena2.

    Infelizmente também não acredito muito nos resultados das petições...

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  4. Também não acredito na petição, mas acho que eles têm de saber do nosso descontentamento. A Antena 2 está um descalabro!

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